Laudo pericial aponta que parte da munição usada para matar delator do PCC em aeroporto de SP pertence a lote comprado pela PM
29/01/2025
Com prisão do soldado da PM Ruan Silva Rodrigues, já são 17 PMs presos por envolvimento no caso. Execução de delator do PCC no Aeroporto Internacional de SP, em Guarulhos
Reprodução/TV Globo
O Instituto de Criminalística de São Paulo entregou à polícia os principais laudos periciais sobre o assassinato do delator do PCC Vinícius Gritzbach no Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos, em novembro de 2024, incluindo o exame balístico.
A partir do código de rastreabilidade dos projéteis, os peritos identificaram que parte da munição usada para matar Gritzbach e a que foi abandonada pelos assassinos saíram de três lotes comprados pela Polícia Militar de São Paulo.
As compras foram feitas entre 2013 e 2018, como mostram documentos emitidos pela fabricante a que a TV Globo teve acesso.
Gritzbach era acusado de envolvimento em esquemas de lavagem de dinheiro para a facção. Na delação premiada assinada com o Ministério Público, ele entregou o nome de pessoas ligadas ao PCC e também acusou policiais de corrupção.
Os investigadores consideram que este é mais um indício do envolvimento de policiais militares na morte do delator do PCC. Os dois executores e o motorista do carro que levou os assassinos são PMs da ativa e estão presos por ordem da Justiça. Ao todo, já são 17 PMs presos por envolvimento no caso.
Exame balístico apontou que parte da munição usada para matar delator do PCC foi comprada pela PM
Reprodução
Em um dos laudos periciais também constam pontos exatos de entrada e de saída dos sete tiros que atingiram Vinícius Gritzbach na tarde de 8 de novembro do ano passado.
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Os peritos confirmaram que os disparos partiram de armas encontradas dois dias depois do crime num terreno baldio em Guarulhos. Dos três fuzis localizados, dois foram fabricados na Romênia e um, nos Estados Unidos.
Os nomes dos primeiros compradores aparecem em um documento, mas a polícia não conseguiu estabelecer um vínculo entre eles e os assassinos de Gritzbach. Também não se sabe como as armas vieram parar no Brasil.
8 de novembro - Empresário jurado de morte pelo PCC, Antônio Vinicius Lopes Gritzbach, foi executado no Aeroporto de Guarulhos. Gritzbach era um delator do Ministério Público de São Paulo, que estaria entregando uma série de esquemas de lavagem de dinheiro da facção e denunciando corrupção policial.
Reprodução/Globo
Os peritos ainda não conseguiram determinar se o material biológico encontrado no carro usado pelos assassinos era de um dos suspeitos presos. Esta informação deve ser obtida no laudo que vai determinar se os perfis genéticos obtidos pelos peritos na maçaneta do carro e em objetos abandonados pelos assassinos têm relação com algum dos presos.
As amostras de material biológico deles já estão no Instituto de Criminalística. O resultado deve ser divulgado nos próximos dias.
Vídeos mostram por diferentes ângulos execução de empresário no Aeroporto de Guarulhos